Categoria: Contos

21/07/2020

Fascinação! Foi o que senti quando meus olhos pousaram a primeira vez em Daniela. Ela vestia uma calça cinza de um xadrez miudinho, justa na cintura, quadris e coxas e que se alargava conforme descia para os sapatos de salto alto marrons claros, combinando com o cinto. A camisa social azul celeste era cinturada e […]

22/03/2020

Aproveitando que as mãos voltaram a me obedecer, após inexplicável episódio de rebeldia, escrevo esse breve relato de minha manhã de quarentena dominical. Um domingo incomum, começando pelo fato de, ao olhar pela varanda, perceber o Eixão aberto. De toda forma, eu precisava sair para percorrer meus cinco quilômetros diário. Tomando todas as precauções, claro! […]

21/03/2020

Decidi levar a sério a história da quarentena. Se bem que, talvez quarentena não seja o nome ideal para isso, já que não estou contaminado e nem tenho suspeita de portar o tal vírus. Penso que o nome ideal poderia ser con-fi-na-men-to. Estou confinado em meu próprio lar e, enquanto limpo detalhadamente o ventilador empoeirado, […]

28/03/2019

Antes de descer a serra na sexta, véspera de carnaval, fui verificar as correspondências. Um solitário cartão-postal do Projeto Tamar me fez voltar aos meus treze anos, quando eu nunca havia visto uma tartaruga marinha, nunca tinha beijado na boca e odiava o carnaval. Da janela do apartamento em Mongaguá eu observava uma pequena multidão […]

16/02/2018

– Você deveria matá-lo. Simples assim. Matá-lo. – Vá se foder! – Eu tô falando sério! Você deveria matá-lo – repeti. – Eu o mataria. – Vá se foder! Como eu amava esse cara. Seu rosto quase não demonstrava emoções, tudo o que pensava, fazia, almejava e sentia era expresso com alterações mínimas em sua […]

11/12/2015

Lutou aguerrido! Aniquilou inimigos, amansou feras, aliou-se aos falsos, aumentou a fortuna de outrem. Prosperou notavelmente, mereceu o pouco conforto. Migalhas de reconhecimento o empurravam pelas costas. Exauriu! Sua alma anoréxica foi recolhida, saciada pelo dever cumprido.

22/10/2010

O dia estava quente e seco, o que é comum em Brasília. Cheguei ao estacionamento no horário de almoço, como era meu costume na época. O terno azul escuro incomodava absorvendo o calor do sol brasiliense. Deixei o paletó no banco de trás, soltei o nó da gravata e desabotoei o colarinho. Antes que eu […]